No dia 10 de março, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, falou dos desafios e prioridades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo defendido a construção de um modelo de acompanhamento ao envelhecimento, que “aumente a qualidade e a dimensão da resposta”.
Recordou o exemplo da pandemia para alertar para a necessidade de um apoio social mais concertado nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, mas também nos hospitais e Rede de Cuidados Continuados e Integrados.
Alertou para a necessidade de se apostar na promoção e literacia da saúde, contrapondo à estratégia reativa de combate à obesidade, ao sedentarismo ou ao consumo de tabaco e álcool, associados a problemas de saúde crónicos como a hipertensão, que afeta um em cada três portugueses, ou a diabetes, que afeta um em cada nove.
Manuel Pizarro afirmou que tem existido um investimento em recursos humanos no SNS, que tem hoje mais do que alguma vez teve, mas que é necessário existir um maior número de profissionais, ou seja, “é preciso formar mais médicos”. Justificou a escassez de médicos obstetras com o “desinvestimento na formação desta especialidade entre 2012 e 2013, que se traduz agora na falta destes médicos especialistas”.
Apontou como prioridade a reorganização das urgências e a importância de melhorar a eficiência e eficácia, a par da humanização. Para tal, poderão contribuir as mudanças organizacionais em curso, como por exemplo o aumento da autonomia e o aumento do número de unidades de saúde local.
Manuel Pizarro destacou ainda o papel “instrumental” do Plano de Recuperação e Resiliência no cumprimento destas prioridades, com 1300 milhões de euros para a sua concretização.
O Seminário “Saúde em Portugal: uma leitura política” decorreu no dia 10 de março, no âmbito do Ciclo de Seminários “Os Caminhos da Humanidade”.