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Especialistas fizeram o balanço de um ano de guerra

O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, abriu a Conferência “Um ano de guerra Ucrânia-Rússia: um balanço”, no dia 27 de fevereiro.

“Não podemos aceitar que as fronteiras reconhecidas internacionalmente de um país sejam violadas, colocando em causa a independência e a soberania de um país. Não podemos aceitar que as fronteiras da Europa, definidas por sucessivos acordos, possam ser alteradas pela força, colocando em causa a segurança e a paz europeias. Não podemos aceitar que a segurança transatlântica seja colocada em causa. Não podemos aceitar a retórica de Wladimir Putin”, começou por dizer Augusto Santos Silva.

O ex ministro dos Negócios Estrangeiros advogou uma “paciência estratégica” na esfera da União Europeia e da Nato, apoiada na “prudência e na determinação”, porque “a determinação não se mede pela precipitação”. Considerou que a “paciência e inteligência estratégicas são indispensáveis” para colocar fim a uma guerra que acontece na Europa, mas cujos efeitos são globais.

Deixou claro que “o único país que está a defender um direito legítimo é a Ucrânia”, sendo, a seu ver, uma “obrigação apoiar quem se defende”. Concluiu, manifestando o desejo que “a agressão termine para que possamos enfrentar nos termos do direito internacional as questões de segurança que estão pendentes”. E para o conflito terminar, Augusto Santos Silva frisou que “é apenas necessário que a Rússia deixe de bombardear a Ucrânia e o exército russo inicie a sua retirada do território ucraniano”.

Manuel Loff, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, deu um enquadramento histórico aos desafios políticos e culturais que se reproduzem na atual guerra. Mendes Dias, coronel do Exército na reserva, ajudou a explicar dimensões específicas do apoio militar ocidental e manobra militar da Ucrânia e da Rússia. Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, salientou as possibilidades da justiça internacional e os desafios que se colocam ao Direito Internacional. O docente da Universidade de Coimbra, João Rodrigues, expôs as dificuldades económicas da Ucrânia anteriores ao conflito e as consequências da guerra nas próximas décadas. António Martins da Cruz, diplomata jubilado e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, analisou os desafios da diplomacia e negociação no contexto de escalada do conflito. 

A Conferência terminou com uma mesa-redonda onde os investigadores Diana Soller, Marcos Ferreira, Cátia Costa, Liliana Reis e Fernando Jorge Cardoso analisaram os atores internacionais mais relevantes envolvidos neste conflito como os Estados Unidos da América, a Rússia, a China, a União Europeia e o Sul Global.

Especialistas fizeram o balanço de um ano de guerra
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