Inês Cardoso, diretora do Jornal de Notícias, abordou a importância da qualidade de informação da imprensa para a formação do sentido crítico, da ação e do exercício da cidadania.
Para a jornalista, vivemos um tempo em que “todos tendemos a ter posições muito duais e simplificadas face aos diversos temas da realidade”. Considerou que o atual “ambiente marcado pela simplificação, polarização e agressividade, tão presente e visível nas redes sociais, é um terreno fértil para o nascimento de populismos com a propagação de muitos princípios de extrema direita”.
Inês Cardoso sustentou que as redes sociais vieram “ampliar a capacidade de expressão”. No entanto, “não está certa que esta ampliação esteja representada e seja acompanhada de igual nível de liberdade de expressão”. “O conceito de liberdade de expressão é um conceito complexo que envolve uma série de responsabilidades, de respeito de princípios, desde logo os princípios constitucionais. Está criada a ideia que a liberdade absoluta é poder dizer tudo e em contraponto temos a ideia perigosa que determinadas publicações são censuradas. É preciso fazer uma reflexão profunda sobre este tema”.
Para Inês Cardoso, “a liberdade de expressão está profundamente ligada à liberdade de informação, e a liberdade de informação encerra o direito de informar e o direito de se informar”, sendo “urgente refletir sobre a importância do direito de ser informado”.
Concluiu, referindo que é socialmente importante valorizar a informação para termos uma democracia saudável e uma cidadania ativa e responsável.
O Seminário “Mais informação, melhor cidadania” decorreu no dia 16 de dezembro no âmbito do Ciclo de Seminários “Caminhos da Humanidade”.
