Luís Pacheco assumiu a direção do REMIT – Research on Economics, Management and Information Technologies no final de fevereiro de 2022, com a ambição de atingir vários objetivos, entre os quais, elevar a sua visibilidade, a nível nacional e internacional e aumentar o número e a qualidade das publicações científicas. Em entrevista à “Comunica UPT”, o docente partilha os desafios deste centro de investigação.
Comunica UPT: Quais os principais projetos de investigação em curso?
Luís Pacheco: Atualmente, estão em curso cinco projetos Erasmus+, todos no âmbito das ações de parceria para a cooperação e intercâmbio de boas práticas, e um projeto financiado pelo programa “Interreg”, o Projeto “TwinNavaux”. Estão também em curso vários projetos internos, envolvendo os investigadores do REMIT e, em alguns casos, investigadores externos à unidade.
Destaca algum em particular pela sua relevância?
Gostaria de destacar o projeto “TwinNavaux – Promoção da utilização de gémeos digitais (Digital Twins) na indústria naval na Galiza e Norte de Portugal”. Este projeto teve início em meados de 2023 e termina no final deste ano, sendo financiado pelo programa Interreg Espanha-Portugal. Este projeto merece esse destaque por duas razões. Por um lado, mostra a capacidade do REMIT, em conjunto com os seus parceiros, obter financiamento competitivo, diversificando as suas fontes de financiamento, o que é algo fundamental para a sustentação da sua atividade. Por outro lado, a área de investigação em que o projeto se insere – a criação de gémeos digitais na indústria naval – mostra o carácter multidisciplinar do REMIT e pode constituir uma alavanca para a unidade avançar com outros projetos nas áreas mais tecnológicas.
Quais os pilares estratégicos do REMIT, enquanto unidade, para 2025-2029?
Os quatro pilares estratégicos são o reforço da equipa de investigação; a produção e difusão do conhecimento científico; a internacionalização e colaboração; e o envolvimento com a sociedade. Note-se que, em todas as suas atividades, o REMIT procura estar alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, e identificou três temas transversais aos desafios societais emergentes – a Sustentabilidade, a Inclusão e a Inteligência Artificial.
Tendo em conta a importância da internacionalização, como é que o REMIT pretende contribuir para o esforço da UPT nesse sentido?
A internacionalização é algo extremamente valorizado pelo REMIT. Aliás, a unidade tem vindo a contribuir intensivamente ao longo destes últimos anos para o esforço de internacionalização da Universidade Portucalense. Através dos projetos em que a unidade esteve envolvida, alguns deles como líder, o REMIT estabeleceu relações com 137 parceiros, espalhados por dezenas de países de três continentes. Paralelamente, foram publicados centenas de artigos em revistas, com coautores de 55 nacionalidades. Digamos que parte do trabalho está feito, sendo resultado do esforço e dedicação dos investigadores. É agora necessário continuar os esforços para alavancar esses relacionamentos no exterior, através da maior participação em redes de investigação internacionais, submissão de propostas de projetos e incremento da mobilidade “in/out” dos investigadores.
Pessoalmente, quais são as suas áreas de investigação?
O meu percurso em termos de investigação não foi muito linear. Atualmente, a minha investigação distribui-se por três áreas: as finanças, a gestão e o turismo.
Como decorreu o seu percurso académico?
O meu percurso académico está extremamente ligado à Universidade Portucalense. Começou em 1989 como estudante da licenciatura em Economia e trinta anos depois realizei as provas de agregação na mesma casa. Pelo meio, fiz um mestrado em Economia Monetária e Financeira e um Doutoramento em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade de Lisboa.
Quem é o Professor Luís, para além da academia e da investigação?
Sempre gostei de fazer férias com a minha família, explorando bem toda a Europa, dando continuidade ao gosto pelas viagens que sempre tive. Ultimamente desenvolvi algum gosto pelas caminhadas, estando nos meus projetos a realização de alguns percursos de maior distância e exigência. Em termos de “hobbies”, talvez o que mais me diferencie seja o hábito já de muitos anos de leitura e coleção de Banda Desenhada, especialmente a de expressão franco-belga.