Catarina Selada, Dan Hill e Robert Martin analisaram a aplicação da tecnologia no espaço urbano, quando o espaço público se torna “high-tech” e as cidades são mais inteligentes, no âmbito do ciclo “The Future Design of Streets”, no dia 4 de maio. Para Robert Martin, arquiteto e investigador australiano a viver em Copenhaga, o paradoxo e os dilemas das novas tecnologias também se aplicam aos ambientes urbanos sustentáveis. Nesse sentido, sustenta: “As cidades já eram sustentáveis antes da tecnologia, depois inventou-se a tecnologia para torná-las insustentáveis e, agora, está-se a tentar reescrever a história com nova tecnologia”. Defende que “a tecnologia e os dados isolados não nos podem levar mais longe”. Acredita, sim, na “necessidade de mudança cultural e de mudança de comportamento” para uma mudança efetiva na sustentabilidade das cidades. Já Catarina Selada, do Centro de Engenharia e Desenvolvimento do Produto (CEiiA), sublinhou a importância de “um olhar amplo e interdisciplinar sobre os desafios da vivência e da mobilidade nos espaços urbanizados”. Para a especialista: “Não é só a tecnologia, não é só o espaço físico, importa também o comportamento dos indivíduos e dos grupos no desenvolvimento e integração de novos modelos de mobilidade urbana”. No âmbito do desafio da descarbonização nas cidades, Catarina Selada apresentou o AYR, a plataforma de sustentabilidade baseada em ‘blockchain’, que recompensa as pessoas e comunidades por não emitirem CO2 – em vez de as fazer pagar pelas suas emissões. Por último, Dan Hill, a trabalhar na agência de inovação do governo sueco, apresentou uma abordagem experimental na área da mobilidade, através da prototipagem de soluções de estacionamento que podem ser adotadas em todo o país. Sobre a importância de se fazer boas ruas, Dan Hill enfatizou: “As ruas são sobre a cultura e, indiscutivelmente, sobre a natureza, e depois há a engenharia. Precisamos de entender como a água, a energia e a meteorologia fluem, é claro, mas não fazemos a rua para fazer engenharia. Fazemos ruas para fazer a cidade e para fazer cultura”, concluiu. O ciclo de conferências “The Future Design of Streets” termina no dia 1 de junho com o webinar “Learning from yesteday” com Vítor Oliveira, Conrad Kickert e Andreia Garcia. Esta é uma iniciativa organizada pelo Departamento de Arquitetura e Multimédia Gallaecia da Universidade Portucalense, em conjunto com a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Grupo Morfologias e Dinâmicas do Território do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.