“Novas e Velhas Abordagens” foi o tema da terceira sessão da 4ª edição do Webinar Series “the Future Design of Streets”, no dia 15 de fevereiro, que apresentou projetos em diferentes escalas de intervenção, no espaço e no tempo, desde o plano estrutural do ordenamento do território até aos projetos de socialização dos bairros.
O arquiteto Rodrigo Coelho apresentou o Metro do Porto como um projeto de infraestruturas de transportes públicos de referência, abordando a combinação de infraestrutura de mobilidade com projetos de espaço público. No seu entender, esta estratégia beneficiou os espaços públicos da Maia, de Matosinhos e de Vila Nova de Gaia, na medida em que “a intervenção do Metro alcançou o equilíbrio formal e funcional entre a infraestrutura, tecido urbano, sistema viário e outros espaços públicos pré-existentes, gerando um enorme benefício para essas cidades”.
Já a líder do projeto “Libertem as ruas”, Jasmijn Lodder, alertou para a complexidade da urbanização, enfatizando o papel dominante dos carros. Preconizou uma mudança urgente no desenho e planeamento das ruas e apresentou o “Manifesto Liberte as Ruas” que contempla sete temas relevantes – vizinhança, mobilidade, economia, saúde, clima, participação e política – e propõe várias possibilidades de mudar de rua, como manual de ação: “Mudar a rua para mudar a sociedade”.
Por fim, a arquiteta Holly Lewis argumentou que “os valores sociais também são os principais impulsionadores dos projetos de rua”, quando há participação cívica. “Essas contribuições fornecem uma variedade de resultados valiosos – informações, dados, princípios, ideias, usos e esquemas organizacionais – que são essenciais para um plano de intervenção e são cruciais para as comunidades locais.
Em jeito de conclusão, o moderador Daniel Casas Valle sublinhou: “Embora projetos recentes de transformação de ruas pareçam ter abordagens diferentes de projetos mais antigos, é claro que as ruas bem desenhadas vão além da função de mobilidade. Talvez, abrir um leque maior de possibilidades não seja apenas uma questão de imaginar, mas também uma obrigação no contexto de grandes desafios ambientais e sociais”.