No dia 7 de julho, o professor de Física, Carlos Fiolhais, falou-nos dos desafios da Ciência, que “usa o método científico para descobrir o mundo”, no âmbito do Ciclo de Seminários “Caminhos da Sustentabilidade”.
Começou por dizer que no método científico “mandam a observação, a experimentação, o raciocínio lógico e a revisão por pares” e que, ao longo da história, os cientistas tentaram “encontrar e eliminar erros nas suas descrições do mundo”, na medida em que “sabem que a verdade só pode ser aproximada de uma forma progressiva”.
Afirmou que “a ciência parte de factos”, sendo um facto “uma coisa que realmente ocorreu, uma coisa que se sabe ser verdade”, e “todo o conhecimento que temos depende de factos”. Contudo, sublinhou que “os factos não chegam por si só”, sendo necessárias teorias ou explicações de enquadramento.
Explanou: “Os cientistas podem ser imaginativos em relação a teorias, mas têm de respeitar os factos. Uma teoria tem de ser ajustada aos factos e não o contrário. Qualquer manipulação de dados leva logo ao descrédito: significa morte profissional. Uma teoria pode estar errada. Precisa de resistir à crítica e à verificação para sobreviver. Uma teoria pode não estar obviamente errada, mas pode estar subtilmente errada. As melhores teorias fazem previsões que podem ser testadas.”
Concluiu, citando Carl Sagan sobre o poder da ciência: “Os seres humanos podem ansiar pela certeza absoluta; podem aspirar alcançá-la; podem fingir, como fazem os partidários de certas religiões, que a atingiram. Mas a história da ciência – de longe o mais bem-sucedido conhecimento acessível aos humanos – ensina que o máximo que podemos esperar é um aperfeiçoamento sucessivo de nosso entendimento, uma aprendizagem por meio dos nossos erros, uma abordagem assimptótica do Universo, mas com a condição de que a certeza absoluta nos escapará sempre.”
