Universidade Portucalense – Infante D. Henrique

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Vulnerabilidades associadas à mãe e ao bebé podem prejudicar o vínculo de ambos

No dia 16 de janeiro, a Universidade Portucalense apresentou os resultados finais do projeto de investigação “Care4mommies”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que visou compreender se as competências de compaixão e flexibilidade psicológica das mães na gravidez funcionam como variáveis potenciadoras da qualidade do vínculo mãe-bebé, também na presença de características maternas e do bebé considerados como fatores de risco. 

Neste estudo participaram 298 mulheres grávidas, a maioria primíparas, casadas, com formação superior e sem gravidez de risco. Os resultados apontam para o papel das competências maternas de auto compaixão e flexibilidade psicológica na qualidade da relação mãe-bebé, sobretudo para aquelas com representações da vinculação mais inseguras e com bebés com um temperamento difícil.

Para a investigadora Lara Palmeira, esta evidência fundamenta a importância do desenvolvimento de ações preventivas focadas na promoção de uma atitude de não julgamento, aceitação e cuidado para com as experiências internas do próprio e dos outros, especialmente as negativas, que promovam a resiliência, empoderamento e bem-estar das mães, previnam a morbilidade dos bebés e promovam um vínculo mãe-bebé de qualidade no período pós-natal.

Para Lara Palmeira: “O projeto Care4Mommies trouxe preocupação e esperança. Preocupação, porque se encontraram evidências de que algumas vulnerabilidades associadas à mãe e ao bebé podem prejudicar a forma como se desenvolve o vínculo entre eles. Esperança, porque se encontraram evidências de que a compaixão, uma atitude ativa de ligar-se ao sofrimento de forma não julgadora e com o intuito de cuidar e aliviar este sofrimento, particularmente a auto compaixão da mãe, pode ter um papel importante na promoção da qualidade do vínculo entre a mãe e o bebé.”

A investigadora adianta que este estudo dará início a outro que procurará perceber se é possível promover a auto compaixão das mães e o vínculo ao seu bebé ainda no final da gravidez, e se, ao fazê-lo, se pode contribuir também para um vínculo da mãe ao seu bebé depois do nascimento. O objetivo será trabalhar com instituições de prestação de cuidados de saúde a mulheres grávidas para “desenvolver, implementar e avaliar a pertinência, utilidade e impacto de uma intervenção baseada na auto compaixão, permitindo alargar a oferta desses cuidados de saúde para uma abordagem completa integradora que, em última instância, promova o bem-estar e desenvolvimento da mãe que nasce quando nasce um bebé”.

Vulnerabilidades associadas à mãe e ao bebé podem prejudicar o vínculo de ambos
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