O Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, participou no dia 13 de janeiro no Ciclo de Seminários “Os Caminhos da Humanidade”, onde se debruçou sobre o tema “A Segurança Interna como pilar da soberania nacional”.
Face ao atual ambiente geoestratégico, José Luís Carneiro defendeu que vivemos uma “gestão contínua de crises”, o que, no seu entender, “pode levar a um desgaste dos pilares da segurança interna e fragilizar, em certos contextos, os próprios fundamentos da soberania nacional”.
Sublinhou que “a globalização, a livre circulação e a transformação digital continuam a trazer prosperidade, a tornar as vidas mais fáceis e a estimular a inovação e o crescimento”, e que “esses benefícios comportam riscos e custos”, como “o terrorismo, a criminalidade organizada, o tráfico de droga e o tráfico de seres humanos”.
Em relação aos ciberataques e à cibercriminalidade, que observa como ameaças à segurança, explica que se aproveitam das “potencialidades do trabalho transfronteiriço e da interconectividade, exploram a indefinição das fronteiras entre o mundo físico e o mundo digital e se aproveitam dos grupos vulneráveis e das divergências sociais e económicas”.
Enalteceu o facto de Portugal ser o sexto país mais seguro do mundo e o quinto da Europa, “um resultado que se deve também ao trabalho da segurança pública”, e defendeu “a necessidade dos cidadãos terem consciência dos seus direitos e deveres, porque cada cidadão é responsável pela segurança de todos”.
José Luís Carneiro demonstrou a sua preocupação com “a delinquência juvenil, a condução sob o efeito de álcool e a maior intensidade de alguns tipos de violência, adiantando que estes casos são detetados, sobretudo, em zonas urbanas sensíveis, muito articuladas com a estrutura familiar e com fenómenos ligados ao tráfico de droga”.
Para combater esta realidade, o Ministro defendeu “um acompanhamento articulado entre as escolas, a saúde e as forças de segurança, de modo a sinalizar estes jovens e ajudá-los”.
Concluiu, defendendo que “a Segurança Interna, num tempo em que as implicações sistémicas das ameaças e dos riscos com que nos debatemos, em especial na Europa, convoca governantes, entidades públicas e privadas e a sociedade civil a uma ampla reflexão que deve valorizar as várias perspetivas”.