Universidade Portucalense – Infante D. Henrique

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A importância da Saúde Mental

No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), data que procura consciencializar a população mundial para a educação e defesa da saúde mental das pessoas, o Departamento de Psicologia e Educação partilha algumas mensagens de estudantes e docentes.


Inês Oliveira, Estudante do 3º ano da licenciatura em Psicologia

MITO: Os problemas de saúde mental são pouco frequentes.

VERDADE: A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou no dia 17/06/2022 a sua maior revisão mundial sobre saúde mental desde a mudança do século, tendo sido destacado que no ano de 2019 quase um bilião de pessoas viviam com uma perturbação mental. Desta forma, é realçada a crescente a necessidade de se prestar uma maior atenção e cuidado à nossa saúde mental.

MITO: Depressão é sinónimo de tristeza.

VERDADE: Tristeza e depressão não são a mesma coisa. A tristeza é uma emoção básica que todas as pessoas vivenciam em vários momentos da sua vida. Já a depressão constitui uma perturbação, perturbação essa que envolve um conjunto de outros sintomas para além da tristeza.

MITO: A ansiedade é sempre algo negativo.

VERDADE: A ansiedade faz parte do dia a dia de todos nós. Tendo importantes funções de proteção contra as ameaças e de preparação para a ação, a ansiedade é adaptativa. No entanto, é importante diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica.

Juliana Pinto, Estudante do 2º ano da licenciatura em Psicologia

MITO: Os psicólogos dão conselhos.

VERDADE: Os psicólogos não dão conselhos. Quando falamos de conselhos, remetemos para algo que está intimamente relacionado com opiniões, com subjetividade, com um julgamento do certo e do errado. Mas, na realidade esse não é o trabalho do psicólogo. O psicólogo analisa, avalia e intervém no sentido de promover a autonomia da pessoa e não de contribuir para a sua dependência. O psicólogo recorre a conhecimentos científicos e a técnicas cientificamente validadas e intervém deixando de fora os seus valores e opiniões pessoais.

MITO: A demência e a doença de Alzheimer são a mesma coisa.

VERDADE:  Demência é um termo genérico, utilizado para designar um conjunto de doenças nas quais existe deterioração do desempenho cognitivo e comportamental. Por sua vez, a doença de Alzheimer constitui numa alteração neurológica que causa perda de memória e declínio cognitivo progressivo, sendo, atualmente, o tipo de demência mais comum.

Carolina Castanho, Estudante do 2º ano da Licenciatura em Psicologia

MITO:  Quem vai ao psicólogo é “maluco”.

VERDADE: Infelizmente, esta afirmação é dita mais vezes do que imaginamos. Ir ao psicólogo nada mais é que procurar ajuda para promover o autoconhecimento. Os psicólogos ajudam os indivíduos a encontrar a melhor solução para os seus problemas de forma autónoma e a ultrapassar os obstáculos que contribuem para o sofrimento psicológico.

MITO: Depressão? Ainda hoje te vi a sorrir…

VERDADE: A depressão é uma perturbação que se caracteriza pela tristeza persistente, por alterações no apetite, pela autodesvalorização, pela perda de apego pela vida, por alterações no sono, entre outros, e que pode estar associada (mas não só) a acontecimentos negativos marcantes na vida do indivíduo, como, por exemplo, a perda de um ente querido, doença, maus-tratos, desemprego, entre outros. Este estado clínico causa bastante sofrimento tanto no indivíduo como nas pessoas à sua volta e é relativamente duradouro. Um sorriso é um sinal externo momentâneo que nem sempre é coincidente com o estado de humor do indivíduo naquela altura.

Pedro Rodrigues, Docente e Coordenador da Licenciatura em Psicologia

“O impacto das doenças mentais na vida das pessoas é indiscutível! Embora se tenha evoluído muito nos últimos anos, a saúde mental necessita, indubitavelmente, de se tornar numa prioridade em Portugal e no resto do mundo, quer seja na sua vertente preventiva, quer na remediativa. Combater o estigma e ser agente ativo da promoção da saúde mental é uma das principais funções dos profissionais da psicologia (psicólogos, docentes e investigadores), mas também dos estudantes que estão agora a realizar o seu percurso académico. A comunidade académica tem, por isso, um papel fundamental na defesa e promoção da saúde mental”.

Sara Fernandes, Docente e Coordenadora do Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde

“O impacto da saúde mental na vida social e na saúde física é indiscutível nos dias de hoje. A ciência comprova isso! A título de exemplo, o stress está relacionado com problemas gastrointestinais, fragiliza o nosso sistema imunitário, tornando-nos mais vulneráveis a contrair doenças. Saber cuidar e estar atento à nossa saúde mental é sinal de literacia em saúde mental. Os psicólogos, como profissionais da ciência psicológica, contribuem para a prevenção da doença e para a promoção e desenvolvimento do bem-estar psicológico, físico e social das pessoas”.

Ana Xavier, Docente e Mentora do Núcleo de Estudantes de Psicologia da Universidade Portucalense

“O estigma associado à saúde mental constitui uma barreira na procura de ajuda especializada e/ou em ajudar outras pessoas em sofrimento psicológico. A resistência em procurar ajuda profissional para problemas psicológicos pode ter efeitos prejudiciais, uma vez que a doença mental sem tratamento vulnerabiliza os indivíduos para maiores riscos psicossociais a médio e a longo prazo. É importante promover o conhecimento sobre a saúde mental e as ações diárias de cuidar da nossa saúde mental.”

Ana Conde, Docente e Coordenadora do Doutoramento em Psicologia Clínica e Aconselhamento

“A promoção da Saúde Mental deverá ser encarada como uma maratona e não um sprint final. De facto, todos nós, ao longo da nossa vida, devemos promover hábitos e garantir a satisfação das nossas necessidades psicológicas básicas de modo a contribuir para um reforço da nossa condição mental. De igual forma, devemos estar atentos aos sinais e sintomas de sofrimento psicológico, dando-lhe a atenção devida, tal como fazemos com a nossa saúde física. Neste processo, os psicólogos assumem-se como técnicos de saúde mental disponíveis para auxiliar na avaliação, diagnóstico e intervenção especializada e devidamente orientada. Desta forma, assumem-se como agentes ativos no combate ao desafio social que a todos preocupa: a diminuição da elevada prevalência de perturbações mentais a nível mundial!”

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