Mais fiscalização e informação sobre a origem e rastreabilidade do vinho foram os principais temas em análise na Conferência “Desafios e oportunidades para o setor do vinho”, que decorreu no dia 19 de setembro, na Aula Magna.
Neste encontro que reuniu produtores e especialistas do setor, sugeriu-se criar e monitorizar o fluxo de produção das adegas (Francisco Toscano Rico, Associação Nacional das Denominações de Origem Vitivinícolas); sensibilizar a restauração a servir vinho certificado como vinho da casa (Rodolfo Queirós, Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior); reduzir o limite de produção máxima nas uvas tintas (Francisco Mateus, Comissão de Viticultura Regional Alentejana); e investir na interoperabilidade do setor (Filipa Melo-Vasconcelos, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).
Na mesa-redonda que juntou Dora Simões (Comissão Vitivinícola da Região dos Vinhos Verdes), Anselmo Mendes (Enólogo e Produtor), Frederico Falcão (ViniPortugal) e o João Rebelo (professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) foi unânime a necessidade de uma melhor promoção dos vinhos no mercado nacional e internacional, no sentido de acrescentar mais valor aos vinhos de qualidade.
Na informação ao consumidor defendeu-se que todos os vinhos no mercado devem ter a indicação detalhada dos países de origem, sendo insuficiente a sigla EU, que indica a proveniência dos países da União Europeia. Anunciou-se uma proposta para o tamanho mínimo da letra dos rótulos passar a ser 5 milímetros, de modo a facilitar a informação prestada ao consumidor.
Apesar do aumento de stocks, defendeu-se que a produção de vinho não é excessiva, uma vez que “Portugal não produz vinho suficiente para fazer face à soma de consumo interno e exportações”, sendo preciso apostar na qualidade e na diferenciação.
A conferência foi organizada Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas, em parceria com o Departamento de Turismo, Património e Cultura e a Portucalense Business School.