A Universidade Portucalense assinalou o Dia Nacional dos Centros Históricos (25 de março) com um debate sobre a preservação do património e as dinâmicas do turismo urbano, que culminou com o lançamento do livro “Heritage Tourism and Sustainable City Dynamics”.
A reabilitação urbana, a sustentabilidade e a preservação dos centros históricos, com destaque para a situação vivida na cidade do Porto. O impacto da classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial da UNESCO, bem como as consequências do turismo massificado, como o aumento das rendas e a deslocação de residentes, foram temas em debate.
“O desafio está em equilibrar a valorização turística com a necessidade de manter a vivência autêntica da cidade. O Porto é um exemplo paradigmático, onde o turismo trouxe um crescimento económico significativo, mas também exige políticas eficazes para evitar a descaracterização do seu património”, afirmou Fátima Matos Silva, Coordenadora do projeto Cultura@Portucalense.
Organizado pela Cultura@Portucalense e pelo Departamento de Turismo, Património e Cultura da UPT, a iniciativa reuniu especialistas para discutir estratégias de preservação dos centros históricos face à crescente pressão do turismo e do desenvolvimento urbano.
Augusto Moutinho Borges, académico correspondente da Academia Portuguesa da História, abordou o património histórico dos centros de Ribacoa. Maria Isabel Pinto Osório, arqueóloga da Câmara Municipal do Porto, apresentou os resultados de escavações arqueológicas no Morro da Sé, que revelaram vestígios subterrâneos da ocupação histórica da cidade. Ana Paula Amendoeira, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, abordou os desafios da gestão dos centros históricos na atualidade, nomeadamente como se pode explorar o equilíbrio entre conservação patrimonial, turismo e desenvolvimento urbano.
O evento culminou com o lançamento do livro Heritage Tourism and Sustainable City Dynamics, editado por Fátima Matos Silva e Isabel Vaz de Freitas. A obra, publicada pela Heritage da editora MDPI, é constituída por um conjunto de 12 artigos (dos 20 submetidos), fruto do trabalho de investigadores de nove países, incluindo Portugal, Espanha, Perú, Noruega, Egito, entre outros. Os textos exploram os desafios e as boas práticas na gestão do património cultural urbano, abordando a interseção entre turismo e património na construção de cidades sustentáveis.
