No dia 5 de julho, no âmbito do ciclo “Os Caminhos do Desenvolvimento”, o Presidente da Agência para a Gestão Integrada do Fogo Rural, Tiago Oliveira, fez um balanço do panorama atual dos incêndios florestais em Portugal e detalhou o Plano Nacional Integrado de Fogos Rurais 20-30.
Tiago Oliveira, um dos maiores especialistas nacionais em fogos florestais e figura central na criação do novo sistema de gestão de fogos florestais após a tragédia de Pedrógão Grande em 2017, apresentou “O Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais e a Sua Importância para a Valorização do Território”, partilhando as estratégias e as medidas preventivas adotadas no combate aos incêndios florestais em Portugal.
O gestor explicou que o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais no horizonte 2020-2030 está apoiado em quatro orientações estratégicas – valorizar os espaços rurais, cuidar dos espaços rurais, modificar comportamentos e gerir o risco eficientemente –, salientando que os resultados são já evidentes.
Em 2023 não houve fatalidades, o número de incêndios diminuiu mais de metade e a área ardida foi um terço da média dos últimos dez anos, evitando a emissão de 2,5 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. Sublinhe-se que, desde 2017, ano em que Portugal registou 500 mil hectares ardidos (6% do país) e mais de 100 mortes, assistiu-se a uma redução significativa no número de ignições e de área ardida.
Para Tiago Oliveira, “Portugal enfrenta o paradoxo do fogo”, sustentando que “o sucesso na redução de incêndios resulta em mais vegetação disponível para arder, aumentando a necessidade de gestão de vegetação”. Acrescenta: “Se a área gerida não for ampliada, o país estará mais exposto a incêndios severos”.
Neste contexto, sugere rever os incentivos fiscais e financeiros para mobilizar agentes económicos para aumentar a gestão da vegetação; acompanhar o Programa Nacional de Ação e mobilizar as entidades públicas a executar os 97 projetos e as 60% iniciativas inscritas e por realizar, assegurando o financiamento plurianual para os programas sub-regionais.